sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

You know I make you wanna scream!

De corpos entrelaçados, sua língua penetra sedenta pela boca dele e assim ela já sabe e sente ele morder suavemente seu lábio inferior. Ela, como que desesperada pelo corpo dele, aperta-o, pressiona-o cada vez mais forte contra seu corpo suado. Sem deixar de beija-lo, ofegante sente estar completamente molhada, excitada demais, ansiosa pelo toque dele. Ela quer, deseja-o mais que tudo, mas pensa que talvez só ela esteja nesse nível de tensão, de tesão...mas foda-se! Hoje ela não está com pressa de senti-lo só seu... e quando ele propõe de pegar a camisinha, ela o impede. Ela quer mais! Quer passar vontade mesmo! Quer se desesperar a ponto de tremer, de implorar pelo seu amor como um viciado implorando por mais um trago.
Ela sente sua buceta pulsar...é Bu-Ce-Ta mesmo! Que se dane se ele acha vulgar, quanto mais extremo melhor! Eles não pararam de se beijar um instante e enquanto os dedos delas passeiam pelo cabelo levemente encaracolado dele, ela sente que devoraria a alma dele se permitissem. Por que ele não a penetra agora? Sem camisinha mesmo, que se dane! Ela quer ele em pêlo, carne dentro de carne. Já está tremendo, não aguenta mais esperar, se torturar...que seja com camisinha então, o importante é tê-lo dentro de dela.
Ele se posiciona por cima dela enquanto ela abre as pernas ansiosas e então a penetra. A primeira metida é sempre a mais gostosa. Ela sente que derramaria um rio naquele tapete da sala de tão lubrificada, e quer muito gemer porque é toda prazer, mas não podem escutá-los senão ela jamais voltaria àquela casa. Ele começa devagar, mas ainda sim intenso, do jeito favorito dela. Ela sente em suas costas as pontas do cabelo molhadas de suor e sente sobre o busto nu o coração dele bater rapidamente, porém ela sabe não ser pelo mesmo motivo de o dela bater mais rapidamente ainda. Quem disse que adrenalina e/ou sensação de perigo aumentam o tesão? Ela queria poder senti-lo sem preocupações, como se o mundo fosse apenas os dois (um clichê que caía perfeitamente ao seu desejo naquele momento). Será que ele sente o coração dela arfando sobre seu peito e pensa que também é de medo que os pais dele acordem? Ela finge que o coração dele bate forte porque a ama demais, como nunca amou antes e como nunca amará outra mulher, quanto mais a sensação de ser amada a invadir mais excitada ela ficará.
Então ele sussurra “tá tão gostoso”, ela o morde no ombro e o beija e o suga e diz “nunca amei ninguém assim”, como se estivesse no céu provando um milagre que devassasse seu corpo e seu espírito ao mesmo tempo e assim, seu corpo palpitante libertasse seu espírito para dentro do corpo dele: ela é toda dele enquanto aquele momento persistir... como num transe ela quer eternizar essa sensação...está mais feliz do que nunca, esquece as lágrimas derramadas por ele e só imagina que naquele instante não há nada mais perfeito que ele a tomando para si, entrando em seu corpo, bebendo de sua alma, profundo, estremo, intenso...a amando como nunca foi amada e só o toque dele e seu corpo sobre o dela são suficientes para fazê-la gozar. Um gozo que a invade por inteira, prolongado pelo beijo dele. Ele...Dele...por Ele...e para Ele...seus lábios nunca provaram um veneno tão doce e viciante como os lábios dele.
Ele a beija e a penetra (cada vez mais profundo, extremo, intenso), ela desliza as mãos pelas costas dele, sentindo cada canto, provando da pele dele, lendo seu corpo, pegando-o para si, descendo sedenta até o quadril e o aperta como se deixasse claro que o deseja mais que tudo, que ela está ali entregue e pulsa dentro dele e o invade em toda sua vastidão querendo senti-lo por inteiro dentro de si. Agora, ela beija seu pescoço de leve, sentindo o cheiro da pele dele, sua essência invadi-la e arrepia-la por completo de uma só vez. Ele propõe trocar de posição. Ela tem vontade de dizer que o ama tanto, mas além de seus olhos brilharem demais, ela pensa que talvez já estivesse óbvio demais.
Ele senta no sofá e, dessa vez, Ela penetra por cima dele. Ele beija seus seios e ela encharcada de tanto prazer começa a rebolar nele. Meu Deus, como ela quer gemer...mas acaba apenas ofegando na orelha dele de leve, repetindo as primeiras palavras dele “tá tão gostoso” e assim, ela começa a subir e a descer seu quadril roçando seu clítoris nos pêlos dele, deixando-a cada vez mais louca, insana, sedenta, intensa, profunda, extrema...como se ele a devassasse por inteira, devorando-a enquanto ela se entrega a ele, penetrando cada vez mais depressa. Ele lambe o bico rosado do seio direito dela e quanto mais ela roça nele enquanto penetra, mais prazer a invade. Ela sente que está prestes a gozar como nunca antes e rebola ainda mais sobre o quadril dele, o sente inteiro dentro dela, invadindo-a, devassando-a...e agora ela pode sentir como se fosse desmoronar em cinco segundos, o abraça forte mordendo o ombro dele, arfando para não gemer e tem certeza que se pudesse mesmo, só aquele instante acordaria facilmente qualquer um que estivesse dormindo no andar de cima...

Negação

É engraçado como no computador duas teclas podem retornar ao que estava antes. Ctrl + Z. Simples assim. Fico imaginando ironicamente se meus pais a essa altura contornariam o casamento falido. Uma palavra. Um não para si mesmos. Simples assim. Mas hoje eles também dizem não, mas não é o não que eu espero que eles digam... é justamente o não inegavelmente negativo. Confuso não? (risos) Pois é...estou confusamente envolvida em confusão constante pela dor, pelo amor, pela vida e morte que me rodeiam paradoxalmente.
A TV ligada à minha frente é pura alienação solitária enquanto me aproveito do fim dessa bateria. Ela está no fim como um resto de esperança falsamente dissimulado criado obrigatoriamente por minha consciência inconsciente da verdade avassaladora que me rasga a cada soslaio de bebedeira, de loucura insana, de desespero intimo e doído e raivoso...
Como quero agora fingir pra mim mesma que escrever é uma solução...e então vejo as centenas de palavras ao vento em recados vazios e repletos de remorso e dor e então vejo orações sem fé jogadas a Deus de ninguém e Maria de todos, quando na verdade só eu me prendo ainda a uma fé que alimenta e que anima e que me mente antes de dormir que olham, não só por mim, mas pelo outros por quem rezo, por quem me desespero, por quem clamo ansiosa para despertar...
POR QUE NÃO DESPERTAM? Por que ainda me importo, aliás?
Acho que sempre sei a verdade mas a nego, não quero dor mas ela me atormenta quando venho ao encontro de paz...me persegues na minha felicidade. Como disse a dama antiga :“fora feliz inutilmente”. Não serei tão pessimista hoje. Já estou tão farta de não conseguir ignorar esse rasgo em meu espírito, que voa alto e então cai duramente em concreto sujo...sujo de mim, porque sou toda dor quando caio e sou toda vida quando sou alegria, porque sou inteira em meus sentimentos e não me nego, apenas sou Verdade em meio à lama mentirosa!
Porque ser me dói mas me faz viver de verdade e isso reconforta qualquer dor, malgrado não cure quem me adoece. E mesmo que assim seja, e assim o é, eu ainda rezo, sem força mas não sem fé. Fé falida faminta famigerada que não me nega, mas me cura, me reconstrói, me alimenta a alma sedenta de tudo.
NINGUÉM ENTENDE QUE EU NÃO QUERO ENXERGAR! Chega de encarar de frente tudo que me faz sangrar. Eu só quero poder fingir que isso que escrevo vale alguma coisa e que vai servir pra reflexões futuras quando a verdade é que nem quem me importa que leia isso vai ler. NADA vale! Isso é só desabafo mal feito e que parece reles poesia de boteco.
Me cega da dor, Deus. Me traz alegria sem fim, me resolve os problemas eternos, suplico alívio, suplico calmaria. Eis aí meu Pai, eis aqui tua filha. Quando penso que alcancei felicidade, me vejo agradecendo pela dor. Inegavelmente sinto-me negando minha negação, porque nunca vou aceitar meu fracasso diante da dor que não curo, diante de minha única doença crônica negavelmente curável.