terça-feira, 18 de agosto de 2009

Felling....

Eu quero estar livre, ser puramente...

olhar pelo viés do espírito solto...
mas meus sentimentos libertam a minha alma enquanto torturam a minha mente.

Há intensidade suficiente nessa brisa que invade meu corpo para aliviar o fogo que me acalenta e me atormenta e me sustenta e me perturba?

Eu quero que o fogo me consuma, malgrado a brisa me solte e me leve e me sussurre...

ainda assim, o fogo me dá vida !

sentir...eu desejo puerilmente sentir

ao extremo

quero ser o sentir, ser a alegria e a dor que rasga e alimenta sua força interna

ser o sentir suave saudosamente sonhado

sim, simplesmente assim.


Então eu te olho e enxergo tua intenção.

salva-me do desespero da raiva ?

não, claro que não...

queres ver o vermelho de meus olhos, o ódio possessivo que me abstém a calmaria.

Sou empurrada pelo meu desejo a ir contra a maré.(que clichê – o que penso eu agora?)

Eu anseio por desvendar-te pelo olhar e exijo o mesmo interesse de ti...

ao extremo.


Rasga meu limite, força-me a invadir-te

eu só quero sentir

ser fogo abrasador

Sussurra em mim a resposta a qual procuro para sossegar os nossos desejos

eu não quero sossega-los

Mas minha mente é torturada enquanto minha alma é liberta

sim, simplesmente assim...

domingo, 9 de agosto de 2009

Falsa Força

Ouço o barulho entorpecente da cidade.
três meninas de saia passam por mim e eu sinto uma gota de suor escorrer levemente pela minha pele umedecendo minha blusa...levemente.

Então me alieno...meu perfume doce me tonteia alegremente, porque hoje eu não quero enxergar minha realidade, especialmente hoje. Minha realidade me rebate na face cansada e doída, alma doída, coração quebrado.

Alieno-me para não me rasgar por inteira.

E hoje o dia é tão belo e quente. Calor confortante me invade...Será que consegue me curar ? das minhas vergonhas, das minhas quedas em abismos de sujeira colorida (colorida mesmo, porque negro seria muito clichê)
as vezes me afundo porque quero não evitar, mas hoje quero paz de espírito, paz efêmera que me ponha livre por um instante infinito e insanamente inconsciente.

Sinto o batom fresco em meus lábios, que sede por beijar...ósculo profundo que sossegue esse anseio ansioso por sonho.
Forço a aliteração, forço meu desejo e minha dor. Meu Deus, como me forço! Me forço hoje a ser falsa força, força dissimulada pois é só porque me alieno e esqueço que hoje, neste dia, sou forte.

Então, colo um lábio no outro mais uma vez e ponho o pulso embebido em perfume perto do nariz e faleço criando um microcosmo novo e quebradiço que durará um dia, uma noite, um instante falido!

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Redenção, salva - me!

Quanto contém em uma lágrima?
todos seus segredos sujos de dor estão nela e mesmo assim mesmo eu ainda a acho tão bela.
porém, quando te fito nos olhos, vejo o vazio do seu espírito e isso me aflige porque eu quero te salvar! só eu quero! ninguém mais vai perceber que você se perdeu absorta em seus medos e “pseudo sustento independente”.

Por que ninguém vê a verdadeira face ?
porque lhes dói aquilo que os desvenda, pois mesmo em tua dor, notas a podridão de cada um ao mesmo tempo que enxerga suas belezas secretas e isso assusta. (será isso mesmo ou só quero ser poética? - e daí ? é verdade mesmo)
vejo – te, flor, definhar em – ou seria por – teus anseios; se bem que nunca quis que os controlasse. ah flor, ainda bem não sustentas esta sociedade hipócrita na qual vais desvaindo.

Apesar de tudo, você não aguentou, não é ?
está cedendo, perdeu tua vitalidade, aquilo que te fazia respirar...qual o nome mesmo? ah, claro, suas paixões pelo mundo. nem o céu, teu milagre particular, te sustenta na fraqueza. fraca, coração, agora já não és mais nem o resto do que foste, do contrário eu não estaria aqui como um resto de lucidez que te alimenta, e tu, deseperada, devoras.

Está com pena de si?
teu simulacro quebrou em tuas mãos de unhas roídas pela ansiedade de tudo, de todos. descontrolada. você sempre foi tão intensa, coração; nunca aguentaram com você. ah...agora és flor já murcha e coração quebrado, mas não lhe tenho pena – como disse sou teu resto de lucidez - ,lhe tenho decepção, pois até flor morta tem um pouco da antiga essência e o coração quebrado ainda traz sentimentos em si.

Mas desististes tão facilmente, não desististes?
acorda sem vontade, se arrasta e ainda por cima, mantém um sorriso mal feito no semblante falso, dissimulado. só enganas porque ninguém quer saber mesmo; estão mais preocupados com o almoço...almoço de tua alma falecida.

Coração, não percebes que só eu quero te salvar?
eu, teu resto de lucidez...no fundo tu sabes que eu sou você! então te salvas, flor! profunda em tua dor, tua solidão...viva, vive seus sentimentos podres se eles te perseguem. sabes que só assim nos salvaremos. pára de perder tempo jogando pérolas ao porcos, guarde-se para si...precisas voltar a se conhecer, coração. volta a sentir, está inerte esperando por alguém que lhe preencha esse vazio de espírito...ninguém preencherá o que é só seu !

Vais esperar até quando, minha flor?
chega de dar, de doar-se, de não-reciprocidade! estou cansada de te ver quebrar por qualquer um. este é o teu momento, coração! recolha-se, seja...o que ? não importa, contanto que se-ja , chega de estar...te quero bem minha flor caída, eu ainda sou aquele resto bom de ti, aquele resto digno e forte em si mesmo...só eu quero te salvar...só eu quero te salvar...só eu quero...só eu...
me reconstrói, flor...precisas de mim, rezas por mim, é só me reconstruir. vais descobrir como, mas esta é uma jornada tua e só tua. aguenta firme um pouco mais e vais descobrir – ou melhor, redescobrir – o quanto és bela!

Coração...mentir pra si mesma é sempre a pior mentira, então seja verdade! saiba o que és e o que não és, e assim curará sua dor...

Só eu, ou seja, vocẽ, pode e quer se salvar!