sábado, 4 de setembro de 2010

Eu te sei muito bem, meu bem.


Vens a mim manhosa pela noite

Ansiando tudo que tenho, tudo que sou.
Me entrego, assim, a teu corpo malicioso
Desejando tua verdade mais dissimulada.

Mas eu enxergo bem, menina, quem tu és.

Tens esta mania insuportavelmente doce
De degradar minha doença de odiar me
Fazendo-se inocentemente saudosa
De tudo que te dou todos os dias.

Mas eu sei bem, menina, quem tu és.


Me toma pelos teus discursos

De horas ludicamente excitantes
Não sabes que te quero neste instante
Nua, calada, verdadeira escrava.

Eu sei bem, menina, do que tu gostas.

É desse meu jeito desmedido e arrebatado
De te olhar puramente pecaminosa
De te sentir verdadeiramente mentirosa
E de te desvendar no vento que me sopras

Eu sei bem, menina, quem tu és:
És esse desejo contido e culpado por mim.