terça-feira, 23 de novembro de 2010

À minha carne


ao som de Eu te amo

É tão bom pra mim,

Ver te agora dormindo em meu leito,

sugando vida de meu peito.

Mantendo quente nosso segredo

de desejo inacabado por medo.




É tão bom pra mim,

te ver dormir aqui...

Me tranquiliza a mente inquieta,

ver te anjo em meio aos meus prantos

fazendo-se homem em mim.


É tão bom pra mim,

até mesmo quando você acorda...

sussurrando me pede esmola,

então me dou lhe toda,

meu corpo pra ti.


E é tão bom pra mim,

principalmente nesta hora...

meu prazer lhe implora

que me castigues infinitamente agora

só uma vez mais....

só uma vez mais...

só mais uma vez...mais...

mais...

Sua dor me grita

ao som de a rush of blood to the head


Vejo cores que sorriem

crianças brincando de fingir alegria.

Há uma dor que reclama seu grito:

sexual, banido, negado de vida.


Vejo trabalho incessante de salvar mulheres,

por meio de vozes visionárias ondeando pelas ruas.

Transcendendo uma liberdade escravizada,

destruindo suas maldades nuas.


Lavando-as desse prazer impedido,

vejo uma dança feliz de tão triste.

Será que essa luz também pode curá-las?

É quente o sol com sua beleza velada,

mas será que aquece a alma desiludida?

Não aceito e rejeito essa opressão desvairada,

que insiste em calar uma morte já abatida.


Ainda sim, vejo beleza sensata

mesmo que preferisse vê-la desmedida.

Me dói a imolação amordaçada

dessas meninas, mulheres impedidas.


E mesmo quando os tiranos se escondem

por traz de uma cretina hipocrisia,

vejo a morte em seus olhos que destroem

sonhos saudosos de algo que poderia

ser...


Mas não acontecerá de voltar

o sorriso perigosamente inocente

de uma mulher que renasce

ao sentir aquilo que é seu...

Seu e só Seu!

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Poemas esquecidos

Saudades (me roubastes de mim)
ao som de Luz dos olhos

Não sinto saudades

quando não te vejo.

Mas sim, quando não te sinto.

Me faz falta essa tua essência divina,

brincando de seduzir minha alma.


Não sinto saudades

quando não ouço tua voz.

Mas sim, quando não ouço teu suspiro

gemido ao pé do meu ouvido,

ludicamente pedindo por mais.




Não sinto saudades

quando não te tenho amiga.

Mas sim, quando não és amante ávida

se deleitando em meu corpo,

confundindo-o por querer sua vida.


Mas hoje,

não te vi, nem ouvi, nem fui tua amiga

ao menos

e me senti vazia de mim mesma

porque você não sente saudades minhas

nunca.


Eu sei bem que é porque me dei toda a ti!

E me levaste de mim,

pra fingir que és minha só porque sou tua.

é por isso que sempre tenho saudades suas...


...é porque você nunca se deu pra mim.



Traição
ao som de we never change

Nas macias costas marfim dela,

escrevo palavras sujas de nós dois.

Pois não basta eu cair em teus abismos,

parece o destino continuar teu escárnio sobre mim.


Vens cheio de suas lagrimas bêbadas,

pensas que eu me afundarei em ti:

Tuas mentiras pessimamente dissimuladas de angústia

me enganam mais pessimamente ainda.


Tuas epifanias de cinco minutos

ecoam horas de inquietação penosa.

Sou a primeira dentre os nomes

que procuram por saber o mínimo de ti,

mas você sempre vem e se entrega

todo para mim.


Se dá fácil e dolorido...


...Como eu me dou a ela.


Tenho pena por nós:

doídos e rejeitados e traídos

e se vingando em si mesmos

e procurando uns aos outros e

esperando, sempre esperando

o gosto doce e o gosto agro

o alívio arrastado de dor

e de pena que temos de nós mesmos

desse amor mentiroso que vivemos...


Não há como terminar algo inacabado, meu querido... acabei de notar!

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Quando a gente se pega assim

ao som de noir desir


É a mão dele que faz meu corpo dançar nesse ritmo que ninguém entende. Minha alma ressoa no corpo dele. Está tudo ali, na ponta de seus dedos, pelo meu rosto, passando pela minha orelha, indo pelo meu cabelo, sua boca acompanhando o mesmo caminho. Me deixa louca, penetra em mim, me tira o tino, agora me deixa, por favor, me deixa conduzir sua respiração pela minha. Te suplico mais dessa paciência inquietante: essa nossa sintonia fascina meus sonhos ávidos de ti. Sou toda avidez por ti. É por isso que isso aqui é pra ser lido num só breath, num átimo. É assim quando você me toma... me toma por trás, ofegante na minha nuca, puxa meu cabelo, me faz mulher ali mesmo, perco toda noção de tempo... cada vez você me leva pra um lugar diferente, tudo rodando de tanto prazer, molhada, transgride meu corpo, me pede pra rebolar no seu pau, meu bem. Eu te quero inteiro dentro de mim, você sabe que a gente nunca foi de meias verdades, muito menos de quase muita intensidade. Ouço a voz de Deus e do Diabo quando você me pega assim, nosso pecado lavando meu resto de pseudo castidade. Eu te quero agora em cima de mim. Seu ombro encurvado, seu jeito de me olhar, sou seu maior deleite, não adianta mentir pra mim. Sou mulher, não as meninas que passaram pelas suas mãos. Mãos que sabem o que querem, que mandam agora em mim: me sinto a mais amada das pervertidas quando você me lambe assim. Sua mulher, sua vagabunda, seu maior amor. Arranho suas costas e gemo baixinho em seu ouvido só pra depois gritar, eu sei que você adora um escândalo também. É esse nosso desejo insano contemplado pelos anjos invejosos de todo nosso pecado, de toda nossa vontade nada velada, que me deixa assim. Mistério pra que, meu amor? Ainda bem, concordamos isso ser puramente ingenuidade de quem não sente nada pulsante o suficiente. Você pulsa dentro de mim agora, eu posso te sentir entrando devagar no começo, depois indo rápido, absurdamente pedindo mais de mim, do meu corpo , do meu suor. Eu quero assim mesmo, você sabe. TUDO. Nunca gostei de migalha na hora de ter o outro. Sexo pode ser o momento mais verdadeiro entre duas pessoas, é a hora em que o sentimento se concretiza, ganha força na realidade do outro corpo, é quando o desejo se extravasa por si só, mas tem que ser sincero, tem que ser todo. Tentar controlar isso é bater punheta mental, e mal batida, sinto muito. Eu e você não somos assim. Somos puro querer, ter e ser quando nos pegamos assim. Eu posso ver em você todo meu desejo por ti. A gente sabe bem a sede que tem um do outro. E foi crescendo assim um amor tão bom disso tudo também. Ah, não me insulte leitor só porque ficou de pau duro até agora, meu desejo muito tem a ver com o que sinto também, não seja bobo. Sim, nasceu um profundo gosto docemente colorido disso de te querer cada vez mais no meu leito, no meu peito, desse jeito sem tormento que é nós dois. Você também sabe bem das minhas inseguranças de te perder, talvez passe uma brisa de verão que te leve embora de mim pelos seus decotes, pelos seus sorrisos dissimulados de um flerte descomedido que só eu vejo. Talvez essa brisa só te aqueça mais o desejo por mim, por tudo que sou e que sei, por tudo que somos e seremos e por tudo que temos. Que é que temos? Temos tudo isso ué. Tudo tão realmente onírico que é difícil não ter medo de te perder. Me conheço bem, talvez seja esse o problema. Essa minha intensidade com tudo que me interessa. Já percebeu isso também não é? Minhas obsessões irão te procurar no luar da noite, no meio de teus sonhos comigo. Irão te acordar e te trazer à minha vontade de te ter naquele momento. Não queira outra, não precisa de outra. Juro que vou tentar mentir melhor minha insegurança pra você. Mas você sabe que não vou conseguir. Tudo bem, me ame mesmo assim. Me queira toda na minha insegurança , me pegue como se esta fosse a sua cama, a sua sala, aquele sofá marcado por nosso gozo interminável. Me queira mesmo assim. Me queira insana, me queira profana, dizendo tudo que queremos ouvir. Me deseje mesmo assim, mesmo perturbada, com problemas escondidos, te sussurrarei todos no ouvido e você vai pedir mais.